
Há vida fora dos planos de saúde

Revista Isto É
23/03/2018
Muitos brasileiros perderam o plano de saúde nos últimos 3 anos e estão aprendendo a conviver sem o serviço de assistência médica particular. O Dr. Rodrigo Araújo foi entrevistado pela Revisto Isto É e comentou sobre os motivos que fizeram o consumidor cancelar o plano.
Revista Isto É – 23/03/2018
Nos últimos três anos, três milhões de brasileiros deixaram de contar com a cobertura de planos de saúde. As principais razões para a debandada foram o agravamento da crise econômica, a alta do desemprego e os aumentos sucessivos nos preços dos produtos — que tiveram alta de até 40% em um único ano. De uma hora para outra, ruiu um dos principais pilares da vida da classe média brasileira: não depender do Sistema Único de Saúde (SUS). Para pessoas habituadas a dispor da segurança de um atendimento em geral melhor do que o oferecido na rede pública, ver-se na situação de vulnerabilidade proporcionada pela ausência de cobertura pode significar um pesadelo. Não é bem assim. A realidade de não conseguir mais pagar por isso e a necessidade de continuar com os cuidados de saúde têm levado essa parcela considerável da população para instituições públicas ou opções particulares a preços bem mais acessíveis— alternativas que começaram a surgir justamente para atender a esse público. E boa parte dele está descobrindo que sim, há vida fora dos planos de saúde.
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Ao mesmo tempo em que cresce a demanda no acesso público, aumentam as alternativas de consultas, exames e até internações feitos de forma particular com preço mais baixo do que o habitual. São várias modalidades de empresas que oferecem serviços assim. Há plataformas como o Doutor123 e o VidaClass, que permitem localizar médicos que cobram de R$ 60 a R$ 220 por consulta. Outra alternativa em expansão são as clínicas populares, cujos preços em geral variam entre R$ 50 e R$ 150. Uma delas é a rede Dr. Consulta, na capital paulista. Em 2014, eram quatro centros médicos. Em 2017, o número saltou para 45. Outra é a Cia da Consulta, que estabeleceu parcerias com laboratórios para tornar os exames mais acessíveis. Este ano a rede abriu dois novos pontos em São Paulo. “Queremos chegar entre sete e dez clínicas nos próximos anos”, informa Vitor Fiss, CEO da empresa.
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Os planos de saúde tiveram aumento de preço muito acima da inflação. Os individuais, em torno de 13%. Os coletivos, empresariais ou por adesão, de até 40%. Para piorar, a oferta pelos planos individuais e familiares caiu. Em 2010, eram seis mil produtos do gênero, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Hoje, são quatro mil. Nessa modalidade, as regras são mais rígidas. Os planos individuais estão sujeitos à regulação mais estrita pela agência em termos de aumento. E o plano só pode ser cancelado em caso de desistência do usuário ou por inadimplência. Nos coletivos, a elevação de preço não está sob controle da ANS e pode haver rescisão unilateral do contrato pelas operadoras. “Por isso, as empresas interromperam a venda desses contratos”, diz o advogado Rodrigo Araújo, especialista em Direito da Saúde.
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