
Cooperados aprovam balanços e Unimed-Rio pode evitar liquidação

Jornal O Globo
20/12/2016
O Advogado Rodrigo Araújo foi entrevistado pelo Jornal O Globo e comentou que a aprovação das contas era medida esperada pelo mercado e que, de fato, é a melhor solução para os médicos cooperados. Não fosse assim, seriam obrigados a assumir as dívidas da mesma forma, com risco de bens da operadora serem sucateados.
Jornal O Globo – 20/12/2016
Relatórios de 2014 e 2015 e rateio das perdas foram aprovados em assembleia nesta terça.
por Bruno Rosa / Ione Luques
RIO — Durante assembleia realizada nesta terça-feira, a ampla maioria dos cerca de 1.500 cooperados presentes votaram pela aprovação dos balanços de 2014 e 2015. Também foi aprovada, pela maioria dos cooperados, a distribuição das perdas, com o acréscimo, a partir de 1 de maio de 2017, de 1% no desconto na produção médica mensal, além do que ja vem sendo descontado. Para sanear as contas, os médicos cooperados já colaboram com um desconto de 30% no pagamento de sua produção mensal.
A aprovação dos dois relatórios, além do rateio das perdas, era condição para manter o Termo de compromisso que assegura 90 dias de trégua à cooperativa, ficando protegida contra liquidação, desde que garanta atendimento a seus 800 mil beneficiários e crie condições para a recuperação da empresa.
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Para o advogado especialista em direito à Saúde, Rodrigo Araújo, a aprovação das contas e, também, da distribuição das perdas já era uma medida esperada, pois, sem ela, a intervenção da ANS e consequente determinação da agência para a liquidação da cooperativa era iminente, situação essa que seria muito pior para os médicos cooperados.
— Os médicos são os verdadeiros donos da cooperativa, e é muito melhor dividirem os prejuízos nesse momento, com a empresa ainda em operação, do que assumir o prejuízo em fase de liquidação, onde muitos dos bens acabam sendo sucateados e vendidos a preços muito inferiores aos de mercado. Além disso, muitos desses médicos contam com essa renda proveniente do atendimento via Unimed, como principal fonte de renda. Mesmo com a diminuição dos ganhos nesse momento, há a expectativa de recuperação ao longo prazo, situação essa que poderia não existir se tivessem que buscar novas fontes de renda — diz Araújo, acrescentando que tudo, entretanto, poderá ser uma medida meramente paliativa se a cooperativa insistir nos mesmos erros que a levaram ao ponto em que está. —Operações como a compra da carteira de clientes pessoa física da Golden Cross levaram a Unimed-Rio a essa crise, e tais medidas não podem mais ser admitidas.
De acordo com o especialista, algumas situações devem ser analisadas no curto prazo, como, por exemplo, a possibilidade da venda ou até mesmo do repasse da carteira de clientes que residem fora da região de cobertura direta da operadora, tais como a dos clientes que vieram da Golden Cross e que moram em outros estados. Outra medida importante, diz Araújo, é a ampliação da atuação no setor de contratos empresariais que, apesar de serem ruins para o consumidor, são muito mais benéficos para a operadora.
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